sexta-feira, 10 de março de 2017

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Contradições

Nem quero mais ver os olhares baixos dos que, em silêncio, sofrem. Nem quero mais ouvir os gritos dos que berram sua dor, como um apanágio. Nem quero mais perceber regozijos - patentes ou dissimulados - dos que se pensam vitoriosos. Muito menos quero impor, aos silenciosos, a vocalização dos seus sofrimentos. Menos ainda eu quero abafar o som dos gritos dos dolentes, impedindo-lhes proclamar suas dores. Absolutamente não quero encobrir regozijos - manifestos ou disfarçados - dos que se pensam vitoriosos. 
O silêncio e os gritos de dor, por si mesmos, evidenciam a falsidade das vitórias. E os regozijos...ah! Que sabor de derrota, eles proclamam!

sábado, 13 de novembro de 2010

Poente

poente em Ararasphoto © 2005 Vitorio Benedetti more info (via: Wylio)






















Este pôr do sol em Araras provoca a lembrança de tantos poentes vistos em lugares diferentes deste mundo.
Recentemente, na tarde em que voltávamos de Guimarães para o Porto, da janela do trem era impossível contar todos os matizes do dourado que coloriam as nuvens.
Uma beleza, um encantamento, um mágico espetáculo a impressionar como visão.
Mas, principalmente, um poderoso estimulante para serenas e tranquilas considerações sobre outros poentes. Como é importante colorir, com o pensamento e o sentimento de uma insuspeitada beleza, a continuidade das fases que se sucedem na vida humana. Sobretudo, é fruto - e também semente de sabedoria - saber que todos os poentes são passagens para diversas e diferentes auroras.
Mesmo que não se possa vê-las, é bom imaginá-las radiantes como produtos dessa escuridão em que nós mergulhamos. E, sempre fica - como fio de esperança - o intermitente luzir de longínquas estrelas, o pálido claror de uma eventual lua... quando se deixam vislumbrar.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cantando com eles meus 70 (28/09/2008)








NESTA NOITE DESTE CONVÍVIO

QUEM MELHOR DO QUE OS POETAS

PARA DIZER O QUE ME VAI N’ALMA?



QUE POETAS ESCOLHER SENÃO AQUELES

SURGIDOS PARA DIZER O ENCANTO DO MUNDO

ONDE MEUS FILHOS FRUTIFICAM EM ESPERANÇAS?



QUE POETAS ESCOLHER SENÃO AQUELES

ENCANTANDO DE VIDA E LIBERDADE

MEUS SONHOS NO TEMPO, MEUS TEMPOS NO SONHO?


COM QUINTANA E VINICIUS, COM DRUMMOND E LORCA

TENTO – SE TANTO – PARTILHAR MEUS CAMINHOS,

NEM SEI POR QUE, DE ATÉ AQUI CHEGAR.


AQUI NÃO CHEGO COM A RAIVA DO ÁLVARO DE PESSOA

POIS TRAGO “O PASSADO ROUBADO NA ALGIBEIRA!…”

VIVENDO, HOJE, INTENSAMENTE, AQUELES MESMOS TEMPOS

“EM QUE FESTEJAVAM O DIA DOS MEUS ANOS”.

AQUI CHEGO TRAZENDO APRENDIZAGENS MUITAS

E, COM QUINTANA, DIZENDO A MIM MESMO

“QUE NADA FOI EM VÃO...

QUE O AMOR EXISTE,

QUE VALE A PENA SE DOAR ÀS AMIZADES E ÀS PESSOAS,

QUE A VIDA É BELA SIM

E QUE EU SEMPRE DEI O MELHOR DE MIM...

E QUE VALEU A PENA”.


NÃO DESCI

OS DEGRAUS DO SONHO

PARA NÃO DESPERTAR OS MONSTROS

NEM SUBI

AOS SÓTÃOS ONDE

OS DEUSES, POR TRÁS DAS SUAS MÁSCARAS,

OCULTAM O PRÓPRIO ENIGMA”.


AH! QUANTAS RAZÕES RECONHECI NO CORAÇÃO DO POETA:

“NÃO DESÇAS, NÃO SUBAS, FICA.

O MISTÉRIO ESTÁ É NA TUA VIDA!

E É UM SONHO LOUCO ESTE NOSSO MUNDO...”


COMO A POESIA DE VINICIUS

COM AS LÁGRIMAS DO TEMPO

E A CAL DO MEU DIA

EU FIZ O CIMENTO

DA MINHA” VIDA

“E NA PERSPECTIVA

DA VIDA FUTURA

ERGUI EM CARNE VIVA

SUA ARQUITETURA.


NÃO SEI BEM SE É CASA

SE É TORRE OU SE É TEMPLO

(...)


MAS É GRANDE E CLARA

PERTENCE A SEU TEMPO”

“ENTRAI, IRMÃOS MEUS!


TODOS QUE DE ISVERA E HUGO MEUS IRMÃOS NASCERAM

E AQUELES OUTROS QUE A CADA CURVA DESSE CAMINHO

DE LUTAS, CONQUISTAS, SOFRERES E PRAZERES

SE ME FIZERAM IRMÃOS NA AMIZADE

ACREDITANDO NA VERDADE DURA E TERNA,

TÃO BEM DITA PELO “GAUCHE” CARLOS

Se procurar bem, você acaba encontrando.

Não a explicação (duvidosa) da vida,

Mas a poesia (inexplicável) da vida”.


NESTA VIDA VOSSA PORQUE MINHA,

“QUE NÃO CONTINUA,

MAS APENAS RECOMEÇA”,

QUE “NÃO BASTA SER VIVIDA.

ELA PRECISA SER SONHADA”


“ENTRAI, IRMÃOS MEUS!” PARA COMIGO CANTAR

O HINO DE LORCA, MEU POETA MAIOR:

El sueño va sobre el tiempo

flotando como un velero

nadie puede abrir semillas

en el corazón del sueño.


El tiempo va sobre el sueño

hundido hasta los cabellos.

Ayer y mañana comen

oscuras flores de duelo.


El sueño va sobre el tiempo…

Sobre la misma columna

abrazados sueño y tiempo

cruza el gemido del niño

la lengua rota del viejo.


El sueño va sobre el tiempo…

Y si el sueño finge muros

en la llanura del tiempo

el tiempo le hace creer

que nace en aquel momento.


El sueño va sobre el tiempo…




SEM TER PALAVRAS MINHAS

AGRADEÇO “À VIDA QUE ME DEU TANTO”

“Além da Terra, além do Céu,

no trampolim do sem-fim das estrelas,

no rastro dos astros,

na magnólia das nebulosas.

Além, muito além do sistema solar,

até onde alcançam o pensamento e o coração,

vamos!

vamos conjugar

o verbo fundamental essencial,

o verbo transcendente, acima das gramáticas

e do medo e da moeda e da política,

o verbo sempreamar,

o verbo pluriamar,

razão de ser e de viver”.


NO AMOR DE ANA MARIA

LUGAR ESSENCIAL DE MINHA EXISTÊNCIA;

NA EXPANSÃO DE NOSSO AMOR VIVIDO

EM RODRIGO NECA E RAFAEL

EM MARCELLO LUCIANA E ARTHUR;

NO AFETO CARINHOSO DE CADA UM DE VOCÊS

NO CARINHO AFETUOSO POR TODOS VOCÊS

- Meu tempo é quando...

ESSE TEMPO - NOSSO TEMPO - VAI PASSANDO SOBRE O SONHO

EL TIEMPO VA  SOBRE EL SUEÑO